Simbolismo no Brasil, quais as características?

Em Dicas de estudos por André M. Coelho

Um objeto, conceito ou palavra não precisa se limitar a um único significado. Quando você vê rosas vermelhas crescendo em um jardim, o que vem à sua mente? Talvez você pense literalmente na rosa – em suas pétalas, caule e espinhos, ou mesmo em seu estame e pistilo como um botânico. Mas talvez sua mente vá para outro lugar e comece a pensar em tópicos como romance, namoro e dia dos namorados. Por que você faria isso? Uma rosa é simplesmente uma planta que cresce na terra. A razão, é claro, é que, ao longo de muitas gerações, o significado simbólico de uma rosa evoluiu para incluir conceitos amorosos.

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O que é simbolismo?

O simbolismo é um dispositivo literário que usa símbolos, sejam palavras, pessoas, marcas, locais ou idéias abstratas para representar algo além do significado literal.

O conceito de simbolismo não se limita às obras da literatura: os símbolos habitam todos os cantos da nossa vida cotidiana. Por exemplo, as cores vermelho, branco e azul normalmente simbolizam patriotismo (pelo menos nos Estados Unidos), e é por isso que eles são os tons preferidos dos sinais políticos dos pátios. Cores como conota laranja e marrom caem, e é por isso que adornam tantas decorações de ação de graças. Sinais de trânsito, logotipos e emojis são outros exemplos de simbolismo – o visual corresponde a idéias, empresas ou humor.

Como o simbolismo foi usado ao longo da história?

Na literatura, os autores há muito favorecem o uso de símbolos em uma ampla gama de dispositivos literários.

As primeiras formas registradas de narrativa humana – pinturas rupestres e hieróglifos – são literalmente símbolos que representam narrativas ou crenças mais complexas.

O teatro grego antigo, que é a base de muitas das formas narrativas atuais, usou adereços simbólicos, incluindo objetos fálicos, para representar Dionísio, o deus da fertilidade. O simbolismo permaneceu amplamente utilizado durante a Idade Média (quase sempre com conotações religiosas) e, a partir do Renascimento, retornou com força total para representar os desejos humanos que variavam da luxúria à ambição e ao desgosto.

William Shakespeare usou símbolos para representar a consciência interior; Edgar Allen Poe usou-o para transmitir pavor e mortalidade; e William Blake usou símbolos religiosos (incluindo o próprio Jesus) para representar a emoção e o desejo humanos.

Definição de simbolismo

O simbolismo é a representação de símbolos na literatura através da escrita. (Foto: Medium)

Tipos de Simbolismo na Literatura

Embora o assunto da literatura tenha variado com o tempo, a definição de simbolismo permaneceu constante. Todo simbolismo é unido pelo conceito de uma palavra ou objeto que representa algo além do seu significado literal. Ao longo da história, certos tipos de simbolismo foram particularmente apreciados por autores, poetas, dramaturgos e letristas:

Simbolismo religioso

Essa talvez tenha sido a forma de simbolismo mais consistentemente “aceitável” ao longo da história literária, pois normalmente é sancionada por autoridades religiosas que dominam a sociedade por grande parte da existência humana. O simbolismo religioso remonta às civilizações humanas mais antigas.

Simbolismo romântico

Talvez perdendo apenas para o simbolismo religioso, o simbolismo romântico permeou grandes áreas da literatura mundial.

Simbolismo emocional

Muitos autores e poetas usam o simbolismo físico para descrever emoções metafísicas.

O simbolismo no Brasil: características e autores

A linguagem simbólica e sugestiva é o principal aspecto do simbolismo no Brasil. Nas produções textuais, a subjetividade é mais importante, e o antimaterialismo e antirracionalismo surgem como elementos principais.

O simbolismo também podem envolver a religiosidade e o misticismo, em conjunto ou não com o transcendentalismo.

Os autores do simbolismo buscam relacionar o inconsciente e o subconsciente, a loucura e os sonhos, usando para isso meios como metáforas, sinestesias, aliterações e assonâncias.

No Brasil, tem destaque Cruz e Sousa, considerado o maior autor do movimento. Suas obras Missal (prosa), Broquéis (poesia), Tropos e fantasias, entre muitas outras. Usa como simbolismo sinestesias, imagens, sonoridade das palavras, e o uso de letras maiúsculas para dar mais valor a certos termos.

Alphonsus de Guimaraens é outro dos grandes nomes do simbolismo, com suas obras Setenário das dores de Nossa Senhora,  Dona Mística e Kyriale, entre outras, merecendo destaque. O misticismo é um aspecto marcante de suas obras, ricas em aliterações e sinestesias.

Esperamos não ter deixado dúvidas para seus estudos. Se ficou alguma pergunta, deixe nos comentários abaixo!

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

André é formado em pedagogia, já tendo dado aulas na educação infantil e atuado como professor e coordenador de cursos de inglês. Entendendo como funciona o processo de aprendizagem, decidiu escrever para o blog Provas Discursivas. Assim, compartilha postagens sobre métodos de estudo, provas, redações, escrita, concursos e muito mais para ajudar seus leitores a aprenderem.

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